Baixe a guarda e deixe o amor entrar. Permita-se!

Cada pessoa tem uma maneira peculiar de lidar com as dificuldades impostas pela vida.

Enfrentar momentos de grande dor, às vezes, pode (inconscientemente), endurecer demais.

Lembro de conversa que tive com meu pai anos atrás durante um daqueles paus de família e ele me disse: você é muito dura, tudo com você é a ferro e fogo. Você se fecha, impossível “te tocar”. A briga acabou, e essa frase martelou minha mente por anos (rs).

Tempos atrás, no auge no meu processo (de self coaching), conversando com um crush que tinha um mínimo de entendimento sobre autoconhecimento, eu dei brecha para ele me dizer como ele me via, bingo: você é muito dura, passa impressão de que não precisa de nada, nem de ninguém. E completa: para um homem é difícil lidar com isso, entrar numa relação onde ele sente que não é importante e necessário…. uau!

Nem preciso dizer que essa conversa foi extremamente importante e que me levou ao momento que ouvi essa observação pela primeira vez e, a partir daquele ponto vim analisando (e limpando) todos incidentes, para entender como esse programa se instalou em mim. Sim, porque não nasci dura e fechada!

Cada pessoa tem uma maneira peculiar de lidar com as dificuldades impostas pela vida. Enfrentar momentos de grande dor, às vezes, pode (inconscientemente), nos endurecer demais, fazendo com que nos percamos da nossa doçura e da nossa necessidade de cuidado.

Ao se verem sozinhas para cuidar de si mesmas, enfrentando situações que gerem medo, desconforto, insegurança, validando um sentimento de desamparo e grande responsabilidade, algumas mulheres podem endurecer a ponto de perderem sua doçura para poder enfrentar o problema e dar conta de atravessar o que tem pela frente, fazendo da sua “dureza”, seu escudo protetor.

Mas para além dessas etapas de grande dor e sofrimento, é possível se (re)conectar com essa natureza sábia, feminina e intuitiva que existe dentro de cada uma de nós.

É possível manter viva essa capacidade feminina de ler o mundo, de ler a realidade e recuperar sua doçura aceitando sua necessidade de “cuidado”.

E, principalmente, é possível viver um processo de reconciliação com a nossa origem e com a nossa história, aceitando que tudo o que houve na nossa vida foi como tinha que ser. Por mais amarga que possa ter sido a sua história, isso não te impedirá de recuperar sua doçura.

O psiquiatra suíço, Carl Jung era um conhecedor profundo do seu interior e reforçava que ter uma relação leve e profunda consigo é a maneira mais fácil de compreender a fundo quem realmente somos.

"Mesmo uma vida feliz não pode existir sem um pouco de escuridão” (Carl Jung)

Numa entrevista concedida em 1960, Jung observa que a palavra “felicidade” perderia seu significado se não fosse equilibrada por um pouco de tristeza. “É compreensível que busquemos a felicidade e evitemos os momentos de pouca sorte”, explica. “Mesmo assim, a razão nos ensina que essa atitude não é razoável e o melhor seria encarar as coisas conforme elas surgem, com paciência e tranquilidade.”

Para essa reflexão, quero trazer a Deusa Kali. Uma deusa hindu de dupla personalidade, que exibe tanto traços de amor e delicadeza quanto de vingança e morte terrível. Era conhecida como a Mãe Negra, a Terrível Deusa da Morte e a Mãe do Carma.

A energia de Kali simboliza o poder destruidor/criador que está reprimido em muitas mulheres que nos séculos passados se adaptaram a um modelo socialmente determinado de comportamento dependente, sedutor e guiado pelo sentimento de culpa. Só nos últimos cem anos é que a força da mulher começou a retomar contato com seu poder pessoal.

Kali é uma polaridade que é evidenciada no “yin” e no “yang”, no homem e na mulher, no racional e no intuitivo, na sabedoria e na ignorância.

Nossa essência é o amor, por isso, tenho certeza que toda mulher “fechada”, sempre vai deixar uma frestinha esperando que ele volte, entre e se espalhe… Acredite, por mais difícil que tenha sido, não precisa ser assim para sempre! Purifique…

PURIFICA que a doçura reaparece!

Assim é! Assim está feito!

Sinto muito! Me perdoe! Sou grata! Te amo!

Com amor, Maka!

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